O lixo como herança

Embora os meios de comunicação estejam colaborando com a conscientização da população em relação à preservação do meio ambiente, ainda é possível vem gente jogando lixo pela janela do carro ou disfarçadamente durante uma caminhada.

O que cada pessoa que ainda insiste em jogar lixo nas ruas, nas praias, nos rios, entre outros lugares inadequados, não sabem, é que o lixo não some como em um passe de mágica. Cada item dispensado fora do lugar adequado leva de TRÊS MESES (um simples papel) até QUATRO MIL ANOS (artefatos de vidro).

Na cidade de São Paulo, a coleta seletiva representa 0,8% do total produzido, 12 mil toneladas por dia, o maior volume do País. Desse total, 87% vão para os aterros sanitários.

Por isso, o consumo responsável e a reciclagem são fundamentais para que as gerações futuras tenham que lidar com uma herança tão indesejada.

Mas quanto tempo leva mesmo?

Papel: 3 meses


A lignina, substância que dá rigidez às células vegetais, é um dos componentes mais importantes do papel. Ela não se decompõe facilmente, pois suas moléculas são maiores do que as bactérias que as destroem. Num lugar úmido, o papel leva três meses para sumir e ainda mais do que isso em local seco. Além disso, um papel absorvente dura ainda mais e os jornais podem permanecer intactos por décadas.

Fósforo de madeira: 6 meses


A deterioração de um fósforo de madeira começa com a invasão da lignina — seu principal ingrediente — por hordas de fungos e insetos xilófagos, os que comem madeira. O processo é lento e, em um ambiente úmido, um fósforo não se destrói até que se passe cerca de seis meses.

Miolo de maçã: 6 a 12 meses


Os microorganismos, insetos e outros seres invertebrados geralmente transformam a matéria orgânica de forma eficaz. No entanto, o miolo de uma maçã, que se decompõe em uns seis meses em clima quente, pode conservar-se por um ano num lugar mais ameno. Isso porque o orvalho (e a neve nos países frios) dificulta a proliferação dos micróbios e diminui sua capacidade devoradora.

Cigarro: 1 a 2 anos


Um cigarro pode demorar de um a dois anos para se decompor, tempo em que as bactérias e fungos digerem o acetato de celulose existente no filtro. Jogar um cigarro sem filtro no campo é menos nocivo, uma vez que o tabaco e a celulose levam quatro meses para sumir. Contudo, se jogado no asfalto, o tempo de vida da bituca é maior.

Chiclete: 5 anos


Um chiclete jogado no chão começa a ser destruído pela luz e pelo oxigênio do ar, que o fazem perder a elasticidade e a viscosidade. Como a goma contém resinas naturais e artificiais, além de açúcar e outros ingredientes, o processo pode durar até cinco anos. A pulverização do chiclete é mais rápida se ele grudar no sapato de algum distraído.

Latas: 10 anos


Os metais, em princípio, não são biodegradáveis. Uma lata de aço se desintegra em uns dez anos, convertendo-se em óxido de ferro. Em dois verões chuvosos, o oxigênio da água começa a oxidar as latas feitas de aço recoberto de estanho e verniz. Já uma lata de alumínio não se corrói nunca. E boa parte dos refrigerantes é vendida em latas de alumínio.

Plástico: mais de 100 anos


As boas qualidades do plástico — sua durabilidade e resistência à umidade e aos produtos químicos — impedem sua decomposição. Como esse material existe há apenas um século, não é possível determinar seu grau de biodegradação, mas estima-se que uma garrafa de plástico demoraria centenas de anos para desaparecer.

Vidro: 4000 anos


O vidro não é nada biodegradável. Sua resistência é tamanha, que arqueólogos já encontraram utensílios de vidro do ano de 2000 a.C. Por ser composto de areia, sódio, cal e vários aditivos, os microorganismos não conseguem comê-lo. Um recipiente de vidro demoraria 4.000 anos para se desintegrar pela erosão e ação de agentes químicos.

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